A hepatite C tem outras características, como as chances de transmissão pelo contato sanguíneo e o alto índice de casos assintomáticos, que pode chegar a 80% dos infectados. Isso torna a doença ainda mais perigosa, pois, mesmo não manifestando sintomas, a infecção não está curada.1
Dessa forma, é preciso chamar atenção para a necessidade de, primeiramente, prevenir-se e, em segundo lugar, realizar o teste após um risco de infecção por alguma exposição ao vírus. O teste de hepatite C é oferecido gratuitamente no SUS (Sistema Único de Saúde), e demora em torno de 10 minutos para ficar pronto.1
Mesmo com tantas informações disponíveis e facilidades para realizar o tratamento, a hepatite C ainda é um problema de saúde pública. Estudos observam que existe uma grande falha de comunicação com as pessoas diagnosticadas com a hepatite C, reduzindo as taxas de adesão.2,3
Nesse sentido, é importante entender quais ações podem ajudar a estabelecer esse diálogo, contribuindo para que mais pessoas possam cuidar da sua saúde.2,3
A partir de alguns estudos realizados com pessoas diagnosticadas com hepatite C, foi possível identificar motivos pelos quais as pessoas não aderem ao tratamento. São eles:
não ter parceiro(a) fixo(a);
distância do serviço de saúde;
consumo de álcool e/ou drogas;
efeitos colaterais do tratamento;
transtornos mentais e/ou sintomas depressivos;
estigmas e preconceitos ao falar do diagnóstico positivo;
fatores socioeconômicos, como baixa escolaridade e desemprego.2,3
No estudo da ABRASCO (Associação Brasileira de Saúde Coletiva), a pesquisa analisou 22 artigos publicados em todo o mundo. Como resultado, os pesquisadores concluíram que a taxa de não adesão ao tratamento da hepatite C varia entre 12% e 32%. Esse mesmo estudo fez um recorte para dados
de artigos brasileiros, mostrando que as maiores taxas de não adesão são de pessoas que fazem o consumo de álcool e drogas.2
O segundo estudo, publicado pelo IBEPEGE (Instituto Brasileiro de Estudos e Pesquisas de Gastroenterologia e Outras Especialidades), analisou dados de pacientes de Curitiba/PR e identificou que 8,2% das pessoas diagnosticadas não aderiram ao tratamento da hepatite C.3
A partir dessas informações, é necessário pensar em ações para estimular a adesão dessas pessoas no tratamento da hepatite C. As ideias podem vir de diversas partes, mas só um profissional de saúde pode oferecer os cuidados médicos que o paciente precisa. São eles:
lidar com possíveis efeitos colaterais do tratamento;
explicar as etapas do tratamento e as chances de cura;
oferecer assistência médica de forma atenciosa e humanizada;
cuidar da saúde mental e realizar o tratamento para transtornos mentais.2
É hora de virar esse jogo e dar prioridades para os cuidados com a sua saúde. A adesão ao tratamento começa com a conscientização sobre a hepatite C.
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O sinal amarelo deve estar ligado o ano inteiro.
Referências
BRASIL. Ministério da Saúde. Hepatite C.Julho, 2022. Disponível em: <https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/h/hepatites-virais/hepatite-c-1>. Acesso em: 08 nov. 2022.
CÔCO, Layla Tatiane; et. al. Fatores associados à adesão ao tratamento da hepatite C: revisão integrativa. Revista Ciência & Saúde Coletiva. Abril, 2022. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/1413-81232022274.06942021>. Acesso em: 08 nov. 2022.
IVANTES, Claudia Alexandra Pontes; et. al. Não aderência ao tratamento para hepatite C: um estudo brasileiro. SciELO. Dezembro, 2021. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0004-2803.202100000-83>. Acesso em: 13 jan. 2022.