O trabalho dos profissionais de saúde pode contribuir para o diagnóstico precoce e a prevenção dos casos. São ações que facilitam o controle da hepatite C no Brasil e, consequentemente, a melhora da qualidade de vida dos pacientes.2
Nesse sentido, o Ministério da Saúde criou o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Hepatite C para orientar os profissionais da saúde na atuação do atendimento público, com o objetivo de eliminar as hepatites virais da lista de problemas de saúde pública no Brasil.3
De acordo com o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Hepatite C e Coinfecções, a prevenção combinada, o aconselhamento e o acolhimento dos pacientes são tão essenciais quanto o tratamento.2
Com o manual, espera-se ter mais eficácia e segurança na realização de exames, elaboração de laudos de resultados de testes rápidos, dentre outros exames complementares para um diagnóstico cada vez mais preciso.3
Seguindo os protocolos, diretrizes, manuais e guias publicados pelo Ministério da Saúde, é possível oferecer à sociedade e às populações prioritárias: prevenção, rastreio, diagnóstico, tratamento e acompanhamento de pacientes com hepatite C e coinfecções.1,3
Dentre as coinfecções, o diagnóstico simultâneo de hepatite C e HIV é um das principais. Por isso, é importante entender as características desses casos para oferecer o melhor tratamento ao paciente.1
O tratamento da hepatite C e do HIV está disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS), possibilitando que todos tenham acesso. No entanto, um dos obstáculos para o diagnóstico é a baixa notificação de casos em relação à estimativa de infectados. Assim, profissionais de saúde também podem atuar no trabalho de conscientização, orientando pacientes sobre os próximos passos.2
Estima-se que, das pessoas que vivem com HIV (PVHIV) no Brasil, 10 a 30% são coinfectados com o vírus da hepatite C. Essa incidência é maior entre os usuários de drogas injetáveis, indivíduos em situação de rua e pessoas privadas de liberdade.2
O duplo contágio pode aumentar as manifestações produzidas pelo HCV (vírus da hepatite C) e intensificar o risco de progressão de outras doenças, como cirrose, insuficiência hepática e CHC (carcinoma hepatocelular).2
A terapia indicada para pacientes coinfectados por HCV e HIV é a mesma preconizada para pacientes não coinfectados.1
Para pacientes que são diagnosticados simultaneamente com as duas infecções, é aconselhável que comecem antes com o tratamento para o HIV. Com carga viral indetectável, o tratamento para hepatite C pode ser iniciado.1
Outro ponto de atenção são as interações medicamentosas no tratamento das duas infecções, já que os medicamentos para o HCV precisam ser compatíveis com a TARV (terapia antirretroviral para o HIV).2
No caso de substituição no esquema da TARV, não é obrigatório retornar ao esquema anterior ao tratamento de HCV, a não ser que, por indicação médica, haja necessidade de se retornar ao esquema anterior. O retorno não pode acontecer antes de duas semanas após a conclusão do tratamento da hepatite C.1
O prolongamento do esquema modificado de TARV, nesses casos, se dá devido à meia-vida prolongada de alguns antivirais de ação direta (DAA) e ao potencial risco de interações medicamentosas no caso de substituição precoce.2
Dessa forma, profissionais de saúde que atuam nesse segmento são peças fundamentais para a eliminação do número de casos de hepatite C no Brasil, seja atuando no tratamento do paciente ou orientando a testagem rápida para o diagnóstico.1
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Referências: