No Brasil, milhares de pessoas já foram diagnosticadas com hepatite C, mas é impossível deixar de pensar que cada uma delas carrega uma história de vida e que em nenhum momento escolheram se infectar com o vírus da doença.1,2
Na linha de frente do diagnóstico da hepatite C estão os profissionais de saúde, responsáveis pelos cuidados mais importantes aos pacientes. É um trabalho difícil, mas necessário, pois cada atendimento é uma vida que pode ser salva.1
Nesse sentido, fica em destaque o trabalho dos médicos e enfermeiros que acompanham individualmente os casos, pois é no consultório que talvez aconteça a maior troca de conhecimento entre profissional e paciente.1
Para além do padrão de atendimento, é possível ter um olhar acolhedor, dedicado a orientar o paciente sobre a doença, para que ele entenda suas responsabilidades e permaneça confiante no tratamento da hepatite C.1
Existem diversas ações educativas sobre a conscientização da hepatite C, mas nada como uma autoridade no assunto para reforçar a importância dessa mensagem. Na grande maioria das vezes, é o paciente quem vai ao encontro de médicos e enfermeiros, o que provavelmente demonstra o interesse nos cuidados com a saúde.1
Assim, essa é uma oportunidade para estabelecer um diálogo e uma relação de confiança. Não existe um roteiro, desenvolver a escuta é algo que se aprende com o tempo, o que possibilita transformar a vulnerabilidade do paciente em um momento de sensibilidade, tudo sem perder a ética e a técnica.1
Quanto maior o entendimento, maiores as chances do paciente seguir o tratamento corretamente e evitar coinfecções ou reinfecções.3
Não existe vacina para imunização contra hepatite C, o que reforça a importância de orientar o paciente sobre reinfecções e coinfecções. Poucas pessoas conhecem essa informação e podem se expor aos riscos de forma imprudente.3
Entre 10% e 30% das pessoas que vivem com HIV também são diagnosticadas com o HCV (vírus da hepatite C). Por esse motivo, a coinfecção com o HIV é uma das que mais preocupam, alertando para as principais causas da infecção (compartilhamento de agulhas, sexo sem camisinha, entre outras).3
A hepatite C, quando tratada com os novos antivirais de ação direta, é uma doença com chances de cura superiores a 95% na maioria dos casos. No entanto, os pacientes precisam seguir os protocolos para que o tratamento seja eficaz.4
Nesse sentido, os profissionais de saúde têm um papel fundamental na conscientização dessas pessoas. Por isso, ao final do atendimento, vale reforçar a pergunta “ficou alguma dúvida?”.
Profissionais de saúde, é importante informar seus pacientes sobre os cuidados com a hepatite C. O portal Hepatite C Fala com Você é uma fonte de conhecimento para o público leigo e pode esclarecer muitas dúvidas.
Referências
BRASIL. Ministério da Saúde.Manual de aconselhamento em hepatites virais. 2005. Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/politicas/hepatites_aconselhamento.pdf>. Acesso em: 29 set. 2022.
BRASIL. Ministério da Saúde. Boletim Epidemiológico de Hepatites Virais – Número Especial | jun.2022. Agosto, 2022. Disponível em: <https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/boletins/epidemiologicos/especiais/2022/boletim-epidemiologico-de-hepatites-virais-2022-numero-especial/view>. Acesso em: 29 set. 2022.
BRASIL. Ministério da Saúde. Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas para hepatite C e coinfecções. 2011. Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolos_diretrizes_hepatite_viral_c_coinfeccoes.pdf>. Acesso em: 29 set. 2022.
BRASIL. Ministério da Saúde. Hepatite C. Julho, 2022. Disponível em: <https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/h/hepatites-virais/hepatite-c-1>. Acesso em: 29 set. 2022.